sábado, 20 de dezembro de 2008

PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE


Se a paz é uma necessidade, ela é também um desafio.
Na sua obra "A Paz Perpétua", Kant dá-nos algumas sugestões para construirmos e vivermos a paz entre os povos. Mas o que de facto garante o começo da paz, e de uma paz duradoura, é a vontade real, autêntica de que ela exista. Um ditado popular diz "quando um não quer, dois não brigam", mas nem sempre conseguimos resistir às provocações alheias. É necessário um esforço adicional, um treino persistente para vencer o orgulho, a ideia de que temos sempre de vencer qualquer contenda. É a boa disposição com que enfrentamos o dia-a-dia e os muitos imprevistos que se nos deparam que nos permite estar preparados para agir e reagir da forma mais positiva. Saibamos poupar as energias da nossa agressividade para as pôr ao serviço das boas causas.
A Paz constrói-se nos pequenos esforços e renúncias do quotidiano.
Agora, que vem o Natal, quantas interrogações nos pode colocar o presépio. Para quem acredita na Encarnação de Deus, este é o maior dos desafios: se Deus não fosse Ele próprio Amor e perdão, como poderia suportar viver no meio de nós, tão cheios de pequenos/grandes ódios de estimação? Tão vazios, às vezes, de sentido para a vida, que até nos agarramos às nossas piores memórias para continuarmos a viver?
Que venha a Paz, uma Paz autêntica e que possamos nós fazer parte do grupo daqueles que começaram mais cedo a perceber que não temos alternativa senão construí-la.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

AS CRIANÇAS ENSINAM-NOS!

DIA DOS DIREITOS HUMANOS


Surpreendentemente a humanidade, depois de tantas lições da História, continua a insistir que a guerra é solução dos problemas difícieis; surpreendentemente, a humanidade continua a assistir indiferente a milhões de desalojados, de pessoas sem as condições mínimas de sobrevivência e... pouco se faz para elimar as causas efectivas destas situações.A Proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos é, ainda, um sonho longínquo na vida de muitas pessoas, sobretudo mulheres e crianças, em todo o mundo. Já lá vão 60 anos... Será que não podemos fazer mesmo nada?

quinta-feira, 13 de março de 2008

O ROSTO DA FOME



Perante o quotidiano espectáculo da fome, não pude deixar de encontrar semelhanças entre estas imagens e o excerto do texto de Mia Couto, de um conto intitulado MEZUNGOS, em Cronicando: "Os senhores me desculpem, faz favor. Os senhores são brancos e branco é dono e patrão, mandador da ordem. Eu, aqui onde me estou ver, sou um pobre preto, acostumado da sua raça. (...) Carlito Jonas, se penava na contemplação dos sujos: estão ver? vale a pena um homem sofrer da fome? Entra pouco, sai muito..."

Acostumados como já estamos, até parece uma brincadeira alguém sensibilizar-se com a questão da fome. Mas ela é, ao menos, uma questão. E se o é, temos de a pensar e procurar solucionar. Sabemos que faltam riquezas enormes neste mundo. Algumas pessoas têm no seu património mais do que o PIB dos seus países... E ainda assim, a fome persiste. Mas o problema não é só dos outros... Começa por ser, em primeiro lugar, nosso, quando nem sequer nos deixamos tocar pelo sofrimento alheio. Que podemos fazer?
Utilizando aquela já célebre máxima de pensar globalmente e agir localmente, talvez possamos começar por olhar para aqueles que, mais perto de nós, não vivem de forma fácil... Talvez seja preciso sairmos um pouco mais do nosso umbigo e abrir as portas dos olhos e do coração e, até, quem sabe, tomar coragem para bater à porta de outros.